Aprender islandês pode parecer uma tarefa assustadora, especialmente por ser uma língua germânica com muitas particularidades. Uma das áreas que frequentemente causa confusão entre os estudantes de islandês é o uso dos tempos verbais, em especial os tempos imperfeitos. Neste artigo, vamos explorar os diferentes tempos imperfeitos em islandês e suas aplicações, fornecendo exemplos práticos para ajudar a entender melhor como e quando usá-los.
O Tempo Imperfeito em Islandês
O tempo imperfeito em islandês, conhecido como “þátíð,” é utilizado para descrever ações que ocorreram no passado de maneira contínua ou habitual. Ele é equivalente ao pretérito imperfeito em português. Os verbos islandeses podem ser classificados em dois grupos principais: verbos fortes e verbos fracos. Os verbos fortes formam o passado com alterações vocálicas (mudança de vogal na raiz), enquanto os verbos fracos formam o passado adicionando sufixos.
Verbos Fortes
Os verbos fortes em islandês são divididos em sete classes, cada uma com suas próprias regras de mudança de vogal. Vamos ver alguns exemplos de cada classe para entender melhor como esses verbos se comportam no tempo imperfeito.
Classe 1:
– að bíta (morder) – bít, bítum
– Exemplo: Hann beit hundinn. (Ele mordeu o cachorro.)
Classe 2:
– að brjóta (quebrar) – brjót, brutum
– Exemplo: Hún braut glasið. (Ela quebrou o copo.)
Classe 3:
– að finna (encontrar) – fann, fundum
– Exemplo: Ég fann peningana mína. (Eu encontrei meu dinheiro.)
Classe 4:
– að bera (carregar) – bar, burðum
– Exemplo: Við bárum bókina. (Nós carregamos o livro.)
Classe 5:
– að gefa (dar) – gaf, gáfum
– Exemplo: Hún gaf mér gjöf. (Ela me deu um presente.)
Classe 6:
– að fara (ir) – fór, fórum</i
– Exemplo: Við fórum til Reykjavíkur. (Nós fomos para Reykjavik.)
Classe 7:
– að grípa (agarrar) – greip, gripum
– Exemplo: Hann greip boltann. (Ele agarrou a bola.)
Verbos Fracos
Os verbos fracos em islandês formam o tempo imperfeito de maneira mais regular, adicionando sufixos à raiz do verbo. A maioria dos verbos em islandês são fracos. Aqui estão alguns exemplos comuns:
– að tala (falar) – talaði, töluðum
– Exemplo: Ég talaði við hana. (Eu falei com ela.)
– að elska (amar) – elskaði, elskuðum
– Exemplo: Hann elskaði hana. (Ele a amava.)
– að læra (aprender) – lærði, lærðum
– Exemplo: Við lærðum íslensku. (Nós aprendemos islandês.)
– að skrifa (escrever) – skrifaði, skrifuðum
– Exemplo: Hún skrifaði bréf. (Ela escreveu uma carta.)
Usos do Tempo Imperfeito
O tempo imperfeito em islandês é utilizado em várias situações diferentes, assim como em português. A seguir, veremos alguns dos usos mais comuns deste tempo verbal.
Ações Habitual no Passado
O tempo imperfeito é frequentemente utilizado para descrever ações que eram habituais no passado. Por exemplo:
– Áður en ég flutti til Íslands, talaði ég oft við vini mína á netinu.
(Antes de me mudar para a Islândia, eu frequentemente falava com meus amigos na internet.)
Ações Contínuas no Passado
Ele também é usado para descrever ações que estavam em andamento em um determinado momento no passado:
– Ég var að lesa bók þegar síminn hringdi.
(Eu estava lendo um livro quando o telefone tocou.)
Contexto e Descrição no Passado
O tempo imperfeito pode ser usado para dar contexto ou descrever o cenário de uma história ou evento passado:
– Veðrið var slæmt og það var að rigna þegar við ákváðum að fara.
(O tempo estava ruim e estava chovendo quando decidimos ir.)
Ações Simultâneas no Passado
O imperfeito é usado para descrever duas ou mais ações que estavam acontecendo ao mesmo tempo no passado:
– Hún var að elda kvöldmatinn á meðan ég var að horfa á sjónvarpið.
(Ela estava preparando o jantar enquanto eu estava assistindo TV.)
Diferenças entre o Imperfeito e Outros Tempos Passados
No islandês, assim como em português, existem vários tempos passados, e pode ser confuso saber quando usar cada um. Além do imperfeito, o islandês também utiliza o passado simples (simple past) e o mais-que-perfeito (pluperfect). Vamos ver as diferenças entre esses tempos.
Passado Simples
O passado simples, ou “sagnir í þátíð,” é usado para descrever ações que ocorreram e foram concluídas no passado. Ele é mais direto e específico do que o imperfeito:
– Ég borðaði morgunmat klukkan átta. (Eu tomei café da manhã às oito horas.)
Neste exemplo, a ação de tomar café da manhã foi concluída em um momento específico no passado.
Mais-que-perfeito
O mais-que-perfeito, ou “liðin þátíð,” é usado para descrever uma ação que ocorreu antes de outra ação no passado. Ele é formado usando o verbo auxiliar “að hafa” no passado simples seguido do particípio passado do verbo principal:
– Ég hafði lesið bókina áður en ég fór í bíó. (Eu tinha lido o livro antes de ir ao cinema.)
Neste exemplo, a leitura do livro ocorreu antes da ida ao cinema.
Dicas para Aprender e Praticar o Tempo Imperfeito
Aprender e dominar os tempos verbais em islandês requer prática e paciência. Aqui estão algumas dicas para ajudar a melhorar seu entendimento e uso do tempo imperfeito:
1. Estude as Conjugações: Faça listas de verbos fortes e fracos e pratique suas conjugações no tempo imperfeito. Isso ajudará a memorizar as mudanças de vogal e os sufixos.
2. Use Flashcards: Crie flashcards com verbos no presente e no imperfeito. Pratique diariamente para reforçar sua memória.
3. Leia Textos em Islandês: Leia livros, artigos e histórias em islandês que utilizem o tempo imperfeito. Preste atenção em como os verbos são usados no contexto.
4. Escreva Diários: Escreva sobre seu dia ou eventos passados em um diário utilizando o tempo imperfeito. Isso ajudará a praticar a forma e a aplicação dos verbos.
5. Converse com Nativos: Sempre que possível, converse com falantes nativos de islandês. Pratique descrever ações passadas e peça feedback sobre seu uso do tempo imperfeito.
Conclusão
Dominar o tempo imperfeito em islandês é um passo crucial para se tornar proficiente na língua. Compreender as conjugações dos verbos fortes e fracos, bem como os diferentes usos do tempo imperfeito, permitirá que você descreva ações passadas de forma clara e precisa. Lembre-se de praticar regularmente e buscar oportunidades para usar o que aprendeu em conversas e escritos. Com dedicação e prática, o uso do tempo imperfeito se tornará natural e intuitivo. Boa sorte na sua jornada de aprendizado do islandês!